Engravidou?

A partir de agora muitas mudanças ocorrerão, em várias esferas da tua vida…

Sejam elas emocionais, financeiras, profissionais, sociais ou comportamentais, as primeiras mudanças acontecem no campo físico. A natureza é impressionante e consegue adaptar o nosso corpo de forma a gerar e trazer ao mundo uma nova vida. Vamos tentar discorrer nas próximas linhas sobre tais mudanças e assim fornecer dados para reconhecermos sinais e sintomas que necessitem apenas de observação ou de uma avaliação mais emergencial.

Os primeiros sintomas que aparecem são aqueles que levantam a “bola” para corrermos até a farmácia mais próxima e comprar um teste de gravidez. Entre eles os mais comuns são:

● o atraso menstrual

● os enjoos e os vômitos com ou sem fator desencadeador. Minha esposa sentia enjoos do meu perfume, que antes gostava, a quilômetros de distância. Muitas pessoas relatam aparecimento deste sintoma ao escovar os dentes. E por aí vai…

● sonolência e cansaço inexplicáveis

● dor ou aumento da sensibilidade nos seios.

Há também um aumento considerável do volume sanguíneo, aumento de peso e consequente inchaço das pernas.

Tenho por hábito de informar às minhas pacientes que um ganho de peso considerado saudável varia de 9 à 12 kg em toda a gravidez, sendo que todo o peso adquirido nas fases iniciais da gravidez serão aqueles que teremos que suar mais para se livrar dele após a gestação.

Já a maior parte do peso adquirido após 24 – 26 semanas de gestação é direcionado ao ganho de peso do bebê, placenta, líquido amniótico, etc, ou seja, peso este que você se livra imediatamente após o parto.

Ainda com relação aos hábitos digestivos, com o foco do organismo retirar e reservar o máximo possível dos nutrientes presentes nos alimentos, há um aumento do apetite e da sede e diminuição da velocidade de digestão dos mesmos.

Consequência disso: constipação intestinal e, por vezes, sensação de empachamento!!!

O crescimento uterino promove obstruções e deslocamentos de estruturas importantes. A elevação do diafragma e compressão dos pulmões podem levar ao cansaço, falta de ar e palpitações.

A musculatura da bexiga também sofre a mesma lentidão da musculatura do intestino e, por isso, pode haver um acúmulo de urina “parada”, o que favorece ao aparecimento de infecções urinárias.

A medida que o útero cresce, este “puxa” a bexiga para cima. Isto modifica a angulação da mesma e pode trazer sintomas relacionados à incontinência.

Alterações da pele também são frequentemente relatadas. Manchas escurecidas no rosto (asa de borboleta), nas mamas (ao redor das aréolas) e na barriga (uma linha vertical, dividindo a barriga ao meio) são bastantes comuns. Além disso, pode haver aumento de estrias, aumento dos pêlos e aparecimento de pequenos vasinhos.

Por último, podemos citar as modificações relacionadas à postura e ao caminhar. Para se re-equilibrar, a mulher quando grávida tende a “jogar as costas para trás e o bumbum pra cima”, devido ao aumento considerável do útero. Os pés se abrem como meio de aumentar a base de sustentação e consequentemente, ao caminhar, comparamos ao andar da pata (descrito exatamente assim nos livros de medicina – marcha anserina, ou seja, andar de ganso/ pato). Os ligamentos entre os ossos sofrem um relaxamento para facilitar esta acomodação e ao trabalho de parto. Porém, esta instabilidade pode favorecer ao aparecimento de dores no pescoço e nas costas.

Bom, estas são as mudanças mais frequentes durante a gravidez, mas saiba que, cada gestação é única e por isso nem tudo o que uma mulher sente, a outra também sentirá.
Curta a gestação sem cobranças extremas, mas com carinho e muito amor pela vida que esta sendo gerada e por si.

Caso algo muito diferente disso venha a ocorrer, me coloco à disposição para ajudá-la ou entre em contato com seu médico.